O ouro das margens do Guaporé era de lavras e faiscadeiras. Os recursos técnicos utilizados na exploração mineradora eram rudimentares, somados aos manipuladores que eram homens igualmente rudes, resultava em uma grande perca no processo de extração do minério e a utilização de um número elevado de escravos, assim encarecendo o processo.
Os veios e aluviões auríferos guaporeanos se constituíram no estímulo para a ocupação luso-brasileira do vale do Guaporé no século XVIII. Favoreceu o povoamento da região e com ele surge a necessidade da coexistência da mineração com outras atividades econômicas devido ao isolamento da região. Surgindo assim uma sociedade colonial no Guaporé ocupada com a mineração, com a pecuária e seus membros mais humildes podiam praticarem a agricultura, esta última atividade nunca passou do campo da subsistência. Daí o porquê da sociedade Guaporeana precisar do fornecimento de viveres, fornecimento feito pelo comércio monçoeiro. Os mercadores do comércio das monções partiam de dois pontos, havia os que vinham de Belém do Grão-Pará percorrendo a rota fluvial do norte e havia os que partiam da Capitania de São Paulo percorrendo a rota do Sul, estes bravos mercadores enfrentavam índios, endemias da floresta, as corredeiras dos rios para poder abastecer Vila Bela da Santíssima Trindade e seus arredores.
Os veios e aluviões auríferos guaporeanos se constituíram no estímulo para a ocupação luso-brasileira do vale do Guaporé no século XVIII. Favoreceu o povoamento da região e com ele surge a necessidade da coexistência da mineração com outras atividades econômicas devido ao isolamento da região. Surgindo assim uma sociedade colonial no Guaporé ocupada com a mineração, com a pecuária e seus membros mais humildes podiam praticarem a agricultura, esta última atividade nunca passou do campo da subsistência. Daí o porquê da sociedade Guaporeana precisar do fornecimento de viveres, fornecimento feito pelo comércio monçoeiro. Os mercadores do comércio das monções partiam de dois pontos, havia os que vinham de Belém do Grão-Pará percorrendo a rota fluvial do norte e havia os que partiam da Capitania de São Paulo percorrendo a rota do Sul, estes bravos mercadores enfrentavam índios, endemias da floresta, as corredeiras dos rios para poder abastecer Vila Bela da Santíssima Trindade e seus arredores.
O homem em luta com as quedas d’águas do Caiari
Em 1637, o Caiari já tinha sido rebatizado pelos lusos como rio Madeira , treze anos depois o bandeirante Raposo Tavares torna-se o primeiro a percorre todo o curso do rio Madeira de sua foz no rio Amazonas até suas quedas, chegando a transpor o varadouro do salto do Jirau.Rota fluvial que originou no século XVIII a Monção do Norte, comércio feito pelos mercadores de Belém do Grão-Pará com a região mineradora do Vale do rio Guaporé. A tentativa de transladar a região encachoeirada do Madeira era uma tarefa muito perigosa, exigia muita habilidade dos aventureiros que transpunham os saltos de Santo Antônio, Macacos, Teotônio, Morrinhos, Caldeirão do Inferno, Jarau, Três Irmãos e outros.
A descoberta do ouro e fundação de Vila Bela
Após a Guerra dos Emboabas (1707 a 1709), os paulistas, impossibilitados de explorar o ouro da região dos Gerais, passaram a buscar novas zonas auríferas, descobrindo-as nos atuais Estados de Goiás, Mato Grosso e Rondônia. Em 1719, a bandeira de Pascoal Moreira Cabral, subindo o rio Cuiabá à caça de índios, encontrou ouro nas margens do rio Coxipó-Mirim e, em 1725, a bandeira de Bartolomeu Bueno da Silva descobriu ouro em Goiás. A descoberta de ouro na região marcou o início das monções, expedições fluviais regulares que faziam a comunicação entre São Paulo e Cuiabá. E em 1734 os irmãos Fernando e Arthur Paes de Barros descobrem os veios e aluviões auríferos mas margens do rio Guaporé, em dois lugares Fernando Paes de Barros e seu irmão Arthur, partindo de Cuiabá, seguiram em rumo Oeste da Província no século XVIII, buscando a descoberta de novos monchões, juntamente com outros mineradores que, além de descontentes com o pouco resultado do trabalho em Cuiabá, sentiam-se lesados nos seus interesses pela ganância da Coroa Portuguesa. Seguindo sempre a mesma direção, penetraram no Vale do Guaporé, onde anteriormente estivera Manoel Bicudo, grande preador dos índios parecis, que lhe abriu caminho, pois, suas pegadas foram seguidas pelos novos aventureiros que "Alcançaram o Planalto dos Parecis", já devastado pelos seus predecessores, meteram peito, além, à floresta com que toparam, na fralda Sudo-Oeste, entre o Jaúru e o Guaporé, vararam-na, em picada de "sete léguas de espessura", que lhes inspirou o nome de MATO GROSSO, dado a região, e foram ter as águas do Sararé e Galera, à chapada, onde os mimou a fortuna, ao rever-lhes maravilhosas pepitas de ouro. Tomadas as medidas administrativas, que se faziam necessárias em casos tais, para logo se constituir o Arraial de Sant'Ana, em seguida,o de São Francisco Xavier e de Nossa Senhora do Pilar, todos na mesma chapada, que o Sararé contorna em apertado semi-círculo. Estavam, assim, lançados os marcos povoadores da região onde, tempos depois, seria edificada a Vila Bela da Santíssima Trindade, que seria mais tarde, a sede da Capitania de mato Grosso e Cuiabá, uma vez que, São Francisco Xavier dariam origem àquela povoação, erguida, algum tempo depois, no sítio denominado de Pouso Alegre, determinado o posterior desaparecimento da localidade fundada por Fernando Paes de Barros. A grande atividade dos mineradores nas lavras recém-descobertas, despertou a atenção do Governo Português, em virtude de sua situação de fronteira com os domínios dos Castelhanos, que viviam em constantes choques com os Portugueses, visando ao assoreamento de ambas as margens do Rio Guaporé, e para impedir que os Castelhanos tomassem posse daquela rica região, até então desconhecida. Sua primeira atitude concreta foi a designação de um Capitão General para governar a Capitania de Cuiabá, criada pelo Alvará Régio de 08-05-1748. A escolha recaiu na pessoa de D. Antônio Rolim de Moura Tavares, que a 17-01-1751, assumiu o exercício em Cuiabá. Trazia Rollim de Moura, severas "Instruções Régias", assinadas pela própria rainha, em Lisboa, em 17-01-1749. "Suposto entre os distritos de que se compõe aquela Capitania Geral seja o de Cuiabá o que presentemente se acha mais povoado, contudo, atendendo a que no Mato Grosso se requer a maior vigilância, por causa da vizinhança que tem, houve por bem, determinar que a cabeça do Governo se pusesse no mesmo distrito de Mato Grosso, no qual fareis a vossa mais costumada residência". A demora de Rolim em Cuiabá foi de pouco tempo. Embrenhando-se pelos sertões, pela mesma trilha deixada por predecessores, alcançou as margens do Rio Guaporé, chegando ao Arraial de São Francisco Xavier, com o firme propósito de cumprir o que era determinado nas Instruções Régias. Rolim Moura, contrariando o desejo dos componentes de sua comitiva, não quis aproveitar o núcleo já formado de São Francisco, preferindo lançar os alicerces da nova Vila, à margem direita do Guaporé no lugar de Pouso Alegre, em 19 de março de 1752. Com a presença do governador, pela riqueza mineral, pelos privilégios concedidos, o povoado tomou desenvolvimento, atraindo novos moradores. Em 1754, mudou-se a freguesia da Chapada para a capela de Santo Antônio da Vila, sita no local onde, no ano seguinte, se fundou a matriz da SS. Trindade. A 15 de abril de 1752, foi mandado construir por Rolim de Moura, a primeira edificação, "O Palácio dos Governadores", seguiu-se a da Igreja Matriz da Santíssima Trindade. D. Antônio Rolim de Moura Tavares, depois Conde de Azambuja, governou a Capitania de Mato Grosso e de Cuiabá, durante 14 anos. Rolim de Moura foi substituído, por João Pedro da Câmara, e este por Luiz Pinto de Souza Coutinho, que dirigiu os destinos da Capitania durante 3 anos e 11 meses, quando, então, assumiu o Governo, o General Luiz de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres, marcando- se a fase áurea de Vila Bela. Cáceres dirigiu-se a Cuiabá no dia 4 de outubro de 1772. Demorou-se Luiz de Albuquerque cerca de um mês em Cuiabá, quando então prosseguiu viagem com destino a Vila Bela da Santíssima Trindade, sede do Governo da Capitania, onde o aguardava, Luiz Pinto de Souza Coutinho, para lhe transmitir o poder. Antes mesmo de chegar a Vila Bela, Luiz de Albuquerque já havia traçado o plano inicial do seu Governo. Verificou-se, assim, que o novo Governador iniciava o seu próprio governamental, adotando medidas de ordem moral e acauteladora, de caráter administrativo. Assentando, assim, solidamente, no Governo, pode Luiz Albuquerque dar cumprimento as ordens recebidas da Metrópole, tomando ainda uma série de iniciativas próprias que de a Vila Bela, uma posição de destaque como Cidade-Sede da Capitania de Mato Grosso e Cuiabá, situação essa, que desfrutou até quando perdeu tal categoria, por força do Alvará de 1820 e da Lei Provincial nº 19, de 28 de agosto de 1835, que transfere a Capital da Província para Cuiabá. O esplendor de Vila Bela, iniciado com o Governo do grande general Luiz de Albuquerque, terminou com a deposição do último Capitão General Francisco de Paula Magessi Tavares, depois Barão de Vila Bela, em 20 de agosto de 1821.
Um comentário:
como falar de ocupação do oeste e fundação de vila bela, sem falar da escravidão negra e indígena???
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